WILLIAM VALDUGA

7 Prisioneiros provoca incômodo e convida à reflexão profunda. A realidade se impõe com brutalidade, e a vida não oferece escapatória fácil. Os personagens, com seus sonhos e trajetórias apagadas, enfrentam um sistema que os invisibiliza. A  direção de arte busca uma linguagem visual que potencializa esse apagamento e, ao mesmo tempo, escancara a violência estrutural.

A imagem nos provoca, nos aproxima dos personagens, nos faz cúmplices de suas escolhas ou nos obriga a questioná-las. A poeira, o ferrugem, o concreto cru, a ausência do verde: tudo isso compõe uma estética árida, essencial para a experiência sensorial do filme. As cores e texturas não são apenas cenário, mas agentes narrativos. Elas operam de forma crua, mas precisa, para traduzir a sensação de aprisionamento físico e psicológico. Ao mesmo tempo, cada plano é construído com rigor e sensibilidade, capaz de capturar a atenção do espectador e mantê-lo cativo — tal qual os próprios personagens.