WILLIAM VALDUGA

A direção de arte nesta nova fase mantém as estruturas visuais estabelecidas na primeira temporada, mas avança com sutileza, incorporando elementos que evocam o imaginário da viagem no tempo.  

Túneis temporais, espirais, galáxias, planetas, relógios e fórmulas físicas ligadas ao deslocamento temporal surgem como símbolos recorrentes, pontuando o cenário com pequenas pistas visuais. Esses elementos aparecem em quadros nas paredes, nas lousas de sala de aula, em figurinos, eventos escolares e cartazes — uma brincadeira narrativa pensada para os olhares mais atentos, que desejam explorar as camadas do tempo presentes na série.

Na segunda temporada, a direção de arte aprofunda a atmosfera nostálgica dos anos 2000, contrastando com o presente de maneira mais marcada. Cores, texturas, objetos de cena e ambientes escolares são cuidadosamente pensados para reforçar esse contraste temporal e emocional. Há uma preocupação constante em traduzir visualmente os conflitos internos dos personagens — suas dúvidas, desejos e transformações — através de escolhas cromáticas, composições e cenografias afetivas.

Mais do que ambientar, a direção de arte atua como um fio condutor sensorial, criando pontes entre passado e presente e tornando o tempo quase um personagem à parte na narrativa